quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Reflexão: A busca pela Verdade.

Resultado de imagem

Por Vinicius Ruiz do Nascimento.

É do nosso conhecimento, ou pelo menos, dos que possuem uma base mínima filosófica, conhecem ou ouviram falar que o grande pensador Sócrates transformou o campo de estudo da filosofia numa reflexão posterior ao seu tempo em um estudo póstumo focado nos problemas existenciais e da verdade na sociedade, que no caso podemos citar a nossa. A visão que ele passou foi tão importante, que a cronologia filosófica é voltada sempre para esse mestre.
Segundo Sócrates, um sábio era aquele que era humilde o suficiente para entender que não sabia tudo, ou seja, aquele que era humilde o suficiente para buscar e aprender outras coisas e nunca se achar o dono da razão. Para ele, o grande conhecedor da verdade era aquele que de algum jeito buscava e investigava a verdade, não pela verdade absoluta, pois esta é impossível de compreender, mas a verdade em que se acredita. Dizia ainda que o maior conhecedor da verdade, apesar de ter buscado-a, não deve defendê-la, pois estaria saindo como o pai e dono desta. Até que ponto vamos para defender nossos pontos de vistas na sociedade atual?

Resultado de imagem
Sócrates, século V ao IV a.C.

Com a correria do dia-a-dia é quase impossível perceber que vivemos em uma época tecnológica, onde uma criança de seis anos tem acesso à internet e talvez, até uma opinião formada sobre um determinado assunto. Hoje em dia, saber é uma opção, ser desinformado é não prestar atenção no mundo que estamos vivendo com esse fluxo tão grande de informação. Meu ponto é que por mais que as vezes seja complicado lidar com tanta tecnologia, devemos ir atrás da verdade.
Todos somos filósofos e só por escrever isso estou cometendo o ato de filosofar. A filosofia começa a partir da habilidade de pensar e ter uma reflexão. Como disse, todos somos filósofos então todos nós podemos ter visões diferentes sobre o mesmo assunto e fazer reflexões do que bem queremos. Buscar a verdade externa é muito importante, precisamos tentar entender a verdadeira pessoa que existe dentro de nós, e vivendo a vida do jeito que queremos sem nos preocupar com a opinião de terceiros.
Socializar pode ser o jeito mais fácil para refletir não só quem somos, mas também para entender melhor a sociedade em si, já que muito pensadores como Emile Durkheim consideram a socialização entre a sociedade e o indivíduo algo fundamental. Conhecer pessoas e focar em lugares novos faz bem para a nossa saúde e evolui nossa inteligência interpessoal. Pensadores importantes consideram a socialização algo tanto quanto contraditório, pois tendemos a criar próprias regras e contestar regras criadas. Seria como comparar direito e dever, uma coisa é consequência da outra. Não iremos ter direito senão cumprirmos com nosso dever.

Resultado de imagem
Émile Durkheim, sociólogo, antropólogo e cientista político francês.

Outro método que poderia ser útil para ajudar a compreender a verdade de muitas coisas seria o bom senso, que é apenas a vertente sobre o que é certo e errado, não que isso esteja definido pela sociedade, mas sim pelo que você já experimentou pela vida ou até mesmo o que sua criação ou família lhe mostrou sobre, ou seja, um senso comum.
Sócrates, como já mencionei, era um mestre. Seu maior discípulo foi Platão que foi um grande filósofo que até discordou de muito dos trabalhos de seu mentor. Sócrates o ensinou para que pudesse voar sozinho e ter suas próprias ideias, por esse motivo Platão questionava muito a politica que vivia em Atenas. Com o que foi dito, é levar em consideração que nem sempre a verdade é única e não podemos ser preso a uma só delas, já que estamos traçando planos próprios para nossa vida.
Já dizia Aristóteles: “O verdadeiro discípulo é aquele que consegue superar o mestre. ”
Manter-nos atualizados, ou seja, informados, é o melhor jeito de procurar a verdade e mostrar que você está atrás de algo, sendo assim o melhor ato é a prática da leitura.
A leitura é uma diversão que deve virar um hábito, não só por estimular a imaginação e a memória, mas também porque nos dá a sabedoria de entender. Entender é ir além do simples aceitar, é o saber daquilo que se está sendo dito. Podemos aceitar opiniões alheias, mas se entendemos ficaria mais fácil de opor e explicar o seu lado da história.
Mas porque misturar assuntos tão diversos? Literatura tem relação com a verdade?
Na realidade, sim. Isso porque um depende do outro, uma relação mútua. A literatura foi tão importante na criação da filosofia e do tema da verdade, que foi a maior fonte histórica que prova que muitos filósofos existiram. A literatura tem como o objetivo passar uma ideia clara ao leitor e pode ser tão mágica que passa arrepios e lágrimas de emoção. A partir deste texto, eu tenho como o maior objetivo o de explicar o que você acabou de ler.
Certamente, não foram só palavras sem sentido, mas sim formas de conhecimento e busca pela verdade e por um progresso intelectual. Progresso esse que nos ronda e nos deixa instigado. O que seria do povo ou de uma nação sem o ato de progredir? Aguentaríamos ser “o mesmo? ”
Pensando nisso, resolvi citar sucintamente O Mito da Caverna, escrito por Platão para idealizar como seria o estado. Trata-se de pessoas que vivem acorrentadas dentro de uma caverna, as correntes dão espaço suficiente para que elas possam se mexer normalmente, mas elas só conseguem ver aquela mesma parede de dentro da caverna. Eis então, que uma das pessoas foge da caverna e descobre que há muitas coisas fora daquele lugar e decide ir contar aos outros, estes não acreditam e resolvem ficar do mesmo jeito, olhando para aquela mesma parede de sempre.
Esse texto tem um simples objetivo, mostrar a alienação e a comodidade que a sociedade possui em relação à verdade, e isso não quer dizer que eles não sabem sobre a verdade, mas que não querem acreditar.
Mas o que o Mito da Caverna mostra sobre progresso?
Simples: repare na situação apresentada no conto e agora pense na situação atual da sociedade e da nação, trata-se do mesmo. E mesmo sendo escrito há muito tempo atrás continua representando a situação ao qual estamos vivendo.
Progresso é esse simples fato de subir, viver o novo e mudar características. E todo texto que traz uma informação ou mensagem é uma forma de progredir com o seu pensamento, com seu pessoal e suas emoções.
E se você discorda das visões apresentadas?
Aí vem a melhor parte. É fundamental aprender com o que não gostamos, porque saberemos nos opor ao que acreditamos e claro precisamos entender (não somente aceitar) o que achamos chato e não essencial. Tenho certeza que todos já estudaram uma matéria que não gostavam para poder evoluir e tirar uma nota boa. Não só pelo fato da nota, mas pelo fato daquela matéria o ajudar num possível vestibular ou em um determinado momento da vida.

Resultado de imagem
Platão, século V ao IV a.C.

Por último, mas não menos importante, precisamos falar sobre o orgulho. Um sentimento tão importante e reconhecedor. O orgulho é uma das razões para a felicidade, ter orgulho do que fazemos ou até de onde viemos é ser humilde o suficiente para nos reconhecer. O excesso desse sentimento pode virar algo ruim. O que falamos no começo do texto sobre não estar aberto a aprender, é um tipo de orgulho, um não filtrado, que é usado apenas para causar discórdia e chamar atenção.
O orgulho é uma das peças fundamentais para nossas vidas, temos que ter certo orgulho sobre tudo o que fazemos, pois, o orgulho também é tanto quanto detalhista, achamos que trabalhos ou realizações de terceiros é melhor que as nossas. Não é inveja, mas talvez uma vontade intuitiva de sentir orgulho por algo bem feito e ver que fizemos por merecer.
O orgulho pode ser um dos maiores inimigos no momento da discussão sobre pontos de vista, tendemos a defender mesmo quando estamos errados, pela vergonha de admitir o erro e pelo orgulho ferido de dizer a pessoa que ela estava eventualmente certa.
Toda vez que você abrir um livro, jogue todo o seu orgulho fora e como um ser pensante procure racionalizar sobre cada texto e opinião, as vezes a verdade está diante dos nossos olhos, então tente interpretar cada palavra da melhor maneira possível. Mudar de opinião não é estar errado ou ser um fracassado. É ter progresso, é o buscar pela verdade, é manter informado e é viver a literatura da melhor forma possível.


Nenhum comentário:

Postar um comentário